Após turnê que acumulou dois Lollapaloozas e shows pelo Brasil, O Rappa está de volta à estrada para apresentar “Nunca Tem Fim...”, seu mais recente trabalho.
Em seu novo disco, O Rappa sonoriza a força que o brasileiro emprega em seu dia a dia, em cada uma de suas batalhas. Em terras tão arredias com os que mais precisam, soa como uma feliz teimosia. Feito isso, estabelece fé e esperança como balizas, que espelham um caminho que se percorre sempre pra frente, guiado por um norte de positividade, de dias melhores.
Para vestir esses sentimentos, melodias esculpidas em dub, reggae, rock e hip hop. O denominador comum desses sons é o DNA d’O Rappa, que costura esses elementos com novos acessórios, como solos de guitarras mais presentes, loops e programações variadas, metais e timbres até então não explorados e até uma menção a um clássico de Bebeto, maestro do samba-rock.
O resultado dá seu cartão de visita na faixa de abertura, o poderoso dub “O horizonte é logo ali”, mas também dá as cartas no compasso reggae de “Boa noite, Xangô”. E como sempre fez, O Rappa olha para as mesmas terras arredias, as ruas de qualquer cidade, para tirar sua poesia, como na provocativa “Doutor, sim senhor!”, e também em “Sequência terminal” e “Vida rasteja” (que carrega versos intimamente ligados protestos que se espalharam pelo país: “a máquina desgovernada consome a vontade de ficar na paz; orgasmo de raiva, e a vida aqui vale muito mais”).